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Milhares de seropositivos marcharam hoje contra o Governo
02
Ago
2009
02 - Ago - 2009



Maputo, Moçambique 03/08/2009 12:53 (LUSA)
Temas: Saúde, sida, Política, governo, Manifestação

Maputo, 03 Ago (Lusa) – Milhares de seropositivos e activistas pelo acesso universal ao tratamento anti-retroviral marcharam hoje em Moçambique contra a decisão do Ministério da Saúde de encerrar as enfermarias especializadas no tratamento de sida.
O ministro da Saúde de Moçambique, Ivo Garrido, decidiu fechar as enfermarias para doentes da sida, vulgo “hospital-dia”, por só funcionarem no período diurno, e integrar estes serviços nas enfermarias gerais, com o argumento de que a especialização do atendimento expõe os seropositivos à discriminação.
As organizações não-governamentaus de defesa dos doentes da sida rejeitam essa justificação e afirmam que a integração das enfermarias dos seropositivos é em si um acto de discriminação.
“Para repudiar” a medida do ministro, milhares de doentes e activistas dos direitos dos seropositivos protestaram hoje nas capitais das 11 províncias moçambicanas.
Em Maputo, que acolheu a maior manifestação, os seropositivos fizeram a pé um percurso de cerca de três quilómetros até à sede do Ministério da Saúde de Moçambique, onde foram recebidos pelo titular da pasta, Ivo Garrido.
Os manifestantes marcharam empunhando dísticos com vários dizeres, como “Viva o direito ao atendimento”, “Viva o direito à Informação sobre a Assistência médica” e entoando cânticos de protesto contra Ivo Garrido.
“É o nosso repúdio contra o facto de não termos sido consultados sobre o encerramento dos hospitais-dia. Foi uma decisão pessoal do Governo, não houve diálogo”, disse aos jornalistas o coordenador-nacional do Acesso ao Atendimento Anti-retroviral em Moçambique, Celso Fanequisso.
Defendendo a acção do Governo, o ministro moçambicano da Saúde afirmou que o esforço das autoridades permitiu que o número de pessoas com assistência anti-retroviral no país aumentasse de seis mil pessoas, em 2005, para mais de 140 mil, actualmente.
“Num processo em que estávamos com cerca de seis mil pessoas com acesso ao atendimento anti-retroviral, estamos hoje com mais de 145 mil pessoas, é normal que haja problemas”, sublinhou Ivo Garrido.
Dos 20,3 milhões de moçambicanos, mais de 16 por cento estão infectados pelo vírus do HIV/sida, de acordo com dados do Governo.
PMA.
Lusa/Fim

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