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MOÇAMBIQUE: TRATAMENTO ANTI-RETROVIRAL PERMITIU NASCIMENTO DE BEBÉS LIVRES DO HIV
10
Mar
2013
10 - Mar - 2013



Maputo, 11 Mar (AIM) – A directora do Programa DREAM, Paola Germano, reiterou hoje que a adopção do Tratamento anti-retroviral (TARV) para prevenção da transmissão vertical durante a gravidez e a amamentação permitiu o nascimento de bebés livres do HIV em Moçambique, salvaguardando também a saúde das mães a semelhança do que acontece nos países desenvolvidos.

Segundo a fonte, o TARV efectuado a partir do quarto mês de gravidez, em qualquer lugar, reduz quase a zero a transmissão do vírus durante a gravidez, no parto e durante a amamentação com leite materno, “e isso tem permitido que 98 porcento das crianças nascidas das mães HIV- positivas neste programa cheguem ao primeiro ano livre do vírus”.

″Estamos aqui hoje convencidos de que este desafio deve ser travado, e acreditamos que é o momento propicio para que decisões concretas sejam tomadas para acabar com o massacre silencioso de mães e crianças afectadas pelo vírus do HIV. E é na transmissão vertical que ocorrem perdas muito elevadas de pacientes que variam entre 20 a 60 porcento″, explicou.

A directora do Programa DREAM falava na abertura de um seminário internacional subordinado ao lema: ″Para uma geração livre da SIDA: o modelo africano”.

Promovido pelo programa DREAM em parceria com o Ministério moçambicano da Saúde (MISAU), o evento, que decorre até Quarta-feira, visa discutir e estudar a proposta para considerar a gravidez como um verdadeiro critério de elegibilidade para início imediato do tratamento das mães.

Por sua vez a vice-ministra da Saúde, Nazira Abdula, disse ser uma grande oportunidade para que gerações vindouras em África se libertem do SIDA.

″Estamos a ver um grande progresso. Pela primeira vez em muitos anos, a pandemia está parando a sua progressão. E uma das prioridades, como Ministério da Saúde, é expandir mais os cuidados para todas as mulheres que vivem com o HIV e muitos passos têm sido dados nesse sentido”, disse a governante.

Contudo, reconheceu haver ainda muitos desafios por concretizar, pois, além do pacote dos cuidados pré natais às mulheres portadoras do vírus, os seus bebés devem receber um pacote adicional de serviços para reduzir o risco de transmissão vertical.

Abdula disse ainda que o programa de prevenção vertical nacional está a se expandir e, entre os anos 2005 e 2011, o número de mulheres HIV- positivas que receberam tratamento durante a gravidez subiu de 1.200 para cerca de 70 mil.

Por sua vez, a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Alícia Carbonell, disse que o seminário é uma oportunidade de reflexão sobre o que tem sido feito e que modelo é ideal para se acelerar a prevenção de transmissão do HIV de mãe para o filho no contexto africano.

“O HIV/Sida continua a ser um grave problema de saúde pública mundial, sobretudo na Africa subsaariana que continua a ser a mais afectada do mundo”, asseverou.

DREAM é um programa de abordagem global na luta contra a SIDA em África iniciado em Fevereiro de 2002 pela Comunidade de Sant’Egídio e está presente no país desde essa data.

Actualmente, este programa abrange Moçambique, Malawi, Tanzânia, Quénia, Guiné Conacry, Guiné-Bissau, Nigéria, Angola, República Democrática do Congo e Camarões.

Últimos dados da pesquisa operativa do Programa Dream demonstram que os medicamentos anti-retrovirais ministrados durante a gravidez permitem a amamentação segura e evitando o contágio frequente dos bebés nos seus primeiros meses de vida e também o estigma ligado a não amamentação.
(AIM)

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