HomeDREAMSavana (Mozambico) – Dar a cara contra o HIV/SIDA
20
Set
2007
20 - Set - 2007



 

Fórum Dockanema

Dar a cara contra o HIV/SIDA

entrevista com a modelo Tendayi Westerhof

Por Rosa Pafuri

Temos de simplificar a mensagem sobre o HIV/SIDA se queremos que chegue a toda a gente, diz Tendayi Westerhof, a protagonista do documentário Growing Stronger (Mulheres de Força).

Tendayi Westerhof participou num debate público sobre estigma e discriminação, organizado pelo Dockanema, em Maputo. Foi acompanhada por Ana Maria Muhai, activista da associação "Mulheres para o DREAM", a realizadora do filme Tsitsi Dangaremba, e o músico Stewart Sukuma. Uma plateia de cerca de 100 pessoas assistiu ao filme e colocou muitas questões e perguntas. No intervalo, o SAVANA colocou as suas próprias questões.

Porquê decidiu ser protagonista deste documentário?

Foi uma oportunidade que chegou. E tive coragem porque a produtora e realizadora Tsitsi Dangaremba partilha a minha própria visão. Podia levar os problemas, os desafios, de mulheres como eu através dum documentário para o domínio público, podia criar impacto em outras mulheres.

E muita coragem teve em 2002 quando decidiu tornar público o seu estatuto de HIV positiva.

Graças ao aconselhamento que tive, fiquei fortalecida. Deu-me a coragem para uma nova vida. Quando decidi tornar pública a minha situação, falei com a minha família e os meus amigos: todos me disseram que era uma boa ideia. Todos acreditávamos que podia dar coragem a outras pessoas para fazer o mesmo, para enfrentar o estigma.

Fiquei muito impressionada pela sua filha mais velha contando o medo que viveu por causa da sua decisão.

Como muitas crianças, também ela não tinha muita informação sobre HIV. Às vezes, penso que elas são bombardeadas com mensagens horríveis, histórias de morte. A mensagem que passava na altura era que o destino de uma pessoa com HIV era a morte rápida, com muitos mitos e imagens dramáticas. Portanto foi natural que ela pensasse que a sua mãe iria morrer depois de pouco tempo. Mas isso não aconteceu e agora é uma criança informada e educa os seus pares sobre HIV, e sobretudo faz advocacia para que outros filhos apoiem os pais HIV positivos.

É a sua primeira vez em Moçambique. Participou em duas sessões públicas. Qual é a impressão com que ficou?

Fiquei muito impressionada com a Ana Maria. Ela é fantástica. Os antiretrovirais salvaram mais uma vida. E ela é exemplo vivo, como eu, de que se uma pessoa é tratada também com a ajuda da comunidade, qualquer um de nós se pode salvar. É um testemunho vivo disso! Perdeu peso, tinha perdido esperança, mas ela teve o apoio certo e está aqui, e é fantástico o trabalho que ela está a fazer na comunidade. Ela é certamente uma pessoa inspira

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