HomeDREAMSavana (Mozambico) – Mulheres de Força no Dockanema
23
Set
2007
23 - Set - 2007



Por Américo Pacule
Chama-se “Growing Stronger” (Mulheres de Força), de Tsitsi Dangaremgda, o documentário que se estreou esta terça-feira, em Maputo, no Festival Dockanema. O estigma e a discriminação foram tema de um debate público que se seguiu.

Tendayi Westerhof foi a primeira pessoa no Zimbabwe a revelar-se publicamente portadora de HIV/SIDA.
Falando momentos antes da projecção do filme, a modelo contou que enfrentou muitas dificuldades para se declarar portadora de HIV/SIDA, dadas as implicações que isso podia trazer tanto na vida conjugal bem como na vida social.
“Quando as pessoas tomaram conhecimento do meu estado de seropositiva tiveram reacções diferentes e houve até pessoas que diziam que eu me tinha juntado com o meu marido por má-fé com a intenção de lhe transmitir a doença”, disse Tendayi para depois acrescentar que “não me preocupo com isso porque uma das coisas que tenho é partir do princípio de que eu não tenho SIDA, mas que sou apenas uma seropositiva”.
O marido Westerhof, então treinador da selecção de futebol do Zimbabwe, separou-se da Tendayi logo que tomou conhecimento do seu estado.
Considerou o estigma de HIV/SIDA de muito maior e que a vida duma pessoa seropositiva no Zimbabwe ainda continua difícil.
“Quando a sociedade toma conhecimento do assunto enfrentamos problemas de encontrar parceiros para a nossa vida, e nos serviços as pessoas começam a nos ignorar”, disse. Para ela, o Governo sempre se envolveu na luta contra a estigmatização de pessoas seropositivas, aconselhando as empresas a não as ignorar.
Tendayi diz acreditar que o filme será um instrumento importante na educação e consciencialização das pessoas para encarar a doença como uma realidade.
“Acho que com o meu filme documentário as pessoas vão estar consciencializadas da dimensão da SIDA. As pessoas não só precisam da televisão, dos filmes, mas precisam também daquilo que é a própria informação e os documentários são muito fortes na disseminação de informação sobre o HIV/SIDA”.
Na mesma senda, várias outras pessoas tomaram o exemplo da Tendayi e assumiram publicamente o seu estado de seropositivas, revelando as suas experiências de estigmatização.

O estigma é um mal obscuro
Ana Maria Muhai, da associação “Mulheres para o DREAM”, o programa de luta da Comunidade de Santo’Egídio trouxe o seu testemunho. “Pesava 29 quilos, nem conseguia levantar-me. As pessoas faziam troça de mim. Foi o carinho, o apoio da minha família e dos operadores a salvar-me. Já estava melhor antes de começar o tratamento. Com o tratamento antiretroviral ganho as minhas forças, uma nova vida começou, um mundo novo abriu-se. Na rua tocavam o meu traseiro para ver se não era um fantasma”, recordou. A sua vida mudou radicalmente e começou a trabalhar como activista. “Hoje sinto-me feliz por ajudar até os meus vizinhos que antigamente me apontavam o dedo e diziam “aquela l

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