O País (Moçambique)
Recém-nascido perde a vida por suposta negligência da parteria
Sexta, 24 Julho 2009 13:03, Tiago Valoi
Um bebé recém nascido perdeu a vida no Centro de Saúde da Matola, província de Maputo. O caso deu-se na passada quarta-feira,
por volta das 15 horas, quando a mãe do já perecido bebé deslocou-se àquela unidade hospitalar por onde viria a dar o parto.
A progenitora, Marta Mondlhane, explicou que quando chegou ao Centro de Saúde em causa estava quase para dar parto, mas houve demora no atendimento por parte do pessoal de saúde, daí que a mãe aponta a parteira que estava de serviço naquele dia como responsável da morte do filho.
Marta detalha que quando chegou ao Centro de Saúde, não teve o devido acompanhamento até ao parto. Aliás, diz que depois de entrar na sala de parto, foi obrigada a fazer força sem ajuda de ninguém porque a parteira não acreditava que realmente estava quase a dar à luz.
Alguns funcionários que, igualmente estavam de serviço quando deu-se o caso, confidenciaram-nos que realmente houve falta de interesse por parte da parteira.
A direcção do Centro de Saúde da Motola não desmente, nem reconhece o caso, mas diz que o processo está a ser investigado. Porém, assegura que o bebé nasceu saúdável, o que suscita dúvidas da sua morte. Entretanto a mãe explica que o mesmo teve complicações no cordão umbilical. “O meu filho começou a sair sangue pelo umbigo, chamei a parteira para socorrer-me, mas demorou. Mesmo assim, insisti e acobou vindo. Amarou o cordão do bebé mas não parava de sangrar. Voltei a insistir, mas não tive uma resporta imediata, e quando passou uma enfermeira do Santo Egídio, que veio a socorrer-me, já era tarde, o meu filho já estava a morrer” lamentou a mãe visivelmente emocionada.
Filomena Agostinho, chefe de Saúde Materno-Infantil daquele centro hospitalar, reconhece implicitamente que realmente houve negligência por parte da parteira ao afirmar que, “mesmo eu não tive conhecimento na hora quando o bebé estava a ter complicações. Só fui informada muito tarde e não podiamos fazer mais nada, porque o bebé já estava morto”, lamenta Agostinho, que diz condenar a atitude do pessoal da saúde que estava de serviço.
Aliás, Filomena diz mesmo que só por o bebé ter saído da sala de partos para outra sala significa que estava num bom estado de saúde, daí não entender as reais causas que poderão ter ditado a sua morte. Por isso, esta responsável pela saúde materna e da criança diz que o caso está a ser investigado de forma minuciosa, e “se se apurar a veracidade dos factos, a pessoa que esteve de serviço será devidamente responsabilizada pelos seus actos” assegurou-nos a fonte, para depois acrescentar que se a situação for grave, o caso será encaminhado para as instâncias superiores, nomeadamente o direcção distrital ou mesmo provincial.