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Moçambique: ONUSIDA recomenda país a abandonar uso de nevirapina por ineficácia, Governo reconhece o problema
04
Set
2011
04 - Set - 2011



Maputo, 02 set (Lusa) – O diretor-executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé, recomendou às autoridades de saúde de Moçambique que abandonem o uso da nevirapina, por considerar “ineficaz” o medicamento usado na prevenção da transmissão do vírus de HIV de mãe para filho.
Segundo o diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/SIDA (ONUSIDA), Michel Sidibé, “Moçambique figura na lista dos 30 países em que 25 por cento das mulheres grávidas continuam a usar a niverapina para prevenir a transmissão vertical”.
Esta linha de tratamento já foi abandonada por muitos países, por ser ineficaz, pois contribui tanto para o nascimento de crianças com infeção do vírus que causa a SIDA, como para a morte da mulher durante o parto.
Falando aos jornalistas após um encontro com o primeiro-ministro moçambicano, Aires Ali, Michel Sidibé, que está a efetuar uma visita a Moçambique, disse que “o país deve tomar uma resolução no sentido de estancar novas infeções, de modo a que não haja mais nascimentos com infeções”.
Em Moçambique, o tratamento da transmissão vertical é feito pelo Ministério da Saúde, que ainda aplica a monoterapia com niverapina, e pela Comunidade de Sant`Egídio, que usa a tri-terapia às mulheres grávidas a partir da 25.ª semana de gestação e até seis meses depois do parto, a recomendada pelas Nações Unidas.
Reagindo hoje à Lusa, o porta-voz do Ministério da Saúde moçambicano, Leonardo Chavane reconheceu que “em alguns locais” de Moçambique ainda se usa a monoterapia com niverapina, mas assegurou que, “em 2010, o país tomou a decisão de abandonar a monoterapia”.
“Para se mover de uma para a outra terapia há condicionalismos”, nomeadamente “uma formação intensiva de quatro a cinco mil profissionais de saúde das 970 unidades sanitárias do país, onde se faz a transmissão vertical”, lembrou Leonardo Chavane.
“Estamos a avançar para a implementação da tri-terapia”, garantiu o porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique.
Falando à Lusa, Inês Zimba, coordenadora do Programa Dream-Moçambique, um importante programa de luta contra a SIDA em África, da Comunidade de Sant`Egídio, referiu que a sua instituição “acolheu com preocupação” as declarações do diretor executivo da ONUSIDA.
Contudo, Inês Zimba garantiu que, no âmbito de um acordo rubricado em julho último, a Comunidade de Sant`Egídio vai apoiar o Ministério da Saúde de Moçambique na expansão da tri-terapia a nível do país.
“Vamos trabalhar juntamente com o Ministério da Saúde para revertermos a situação. Daremos apoio técnico e científico”, disse a coordenadora do Programa Dream-Moçambique.
“Os resultados obtidos pelo Programa Dream, com a aplicação da tri-terapia foram bastante positivos”, disse Inês Zimba, apontando para cerca de “98 por cento das crianças nascidas saudáveis” nos oito centros de Saúde da Comunidade Sant`Egídio em Moçambique.
MMT.
Lusa/Fim

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