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Governo americano louva mulher moçambicana
12
Apr
2012
12 - Apr - 2012



Savana, www.savana.co.mz

A Embaixada dos Estados Unidos da América em Maputo, em representação do governo americano, procedeu no início do mês de Abril a premiação de Ana Maria Muhai, Considerada a Mulher Coragem de Moçambique.
O prémio, recebido na residência do Embaixador dos Estados unidos de América em Maputo, é um importante reconhecimento promovido pela secretária dos Estados Unidos América Hillary Clinton, que reconhece a importância de varias mulheres do mundo que são determinadas pela coragem e liderança excepcional.
A Mulher Coragem de Moçambique demonstrou ter personalidade ímpar quando revelou ao público a doença com a qual vive considerada um tabu social, dando as outras pessoas o exemplo de superação e de vida positiva mesmo padecendo do HIV/SIDA.
Muhai foi uma das primeiras pacientes do DREAM, o programa de luta contra o HIV/SIDA e má nutrição, levada a cabo pela Comunidade Sant’Egidio, em Moçambique.
Ela foi igualmente uma das primeiras pessoas que quebrou o silêncio, falando da sua doença na televisão, na rádio e nas palestras que diariamente dá nos centros DREAM para ajudar os outros pacientes a enfrentarem o tratamento e lutarem contra o estigma.
“ Temos o grande privilégio de homenagear Ana Maria Muhai. A sua coragem e esforço incansáveis motivaram centenas de outras pessoas e o seu trabalho tem sido fundamental na transformação do silêncio da vergonha na voz da esperança. Ana Maria, queremos honrá-la, não só como mulher, mas também como símbolo de todas as mulheres bravas, homens e crianças seropositivas em Moçambique que lutam todos os dias contra esta doença terrível,”referiu Leslie Rowe, Embaixadora dos Estados Unidos em Moçambique.
O historial de Ana Maria Muhai, depois de começar a apresentar os primeiros sinais de HIV/SIDA, foi martirizante e teve que superar sozinha a descriminação pública pela qual passou. Esses momentos ainda são lembrados por Muhai, tendo compartilhado com várias pessoas a sua vitória.
“ Eu pesava 29 quilos uma sombra de uma mulher em frangalhos. Ninguém comprava mais as minhas verduras ou as bebidas tradicionais que fabricava. As pessoas apontavam o dedo e diziam a todos para que não comprassem os meus produtos porque eu tinha SIDA. Os meus filhos não podiam assistir á televisão em casa do vizinho ou brincar com as outras crianças na escola. As pessoas até dançavam no exterior da minha casa, entoando canções sobre SIDA. Hoje esses vizinhos vêm á minha casa, e pedem-me para falar com os seus familiares doentes ou acompanhá-los nos centros de saúde!”
A Embaixadora dos Estados Unidos, recordou a biografia de Ana Maria realçando a sua presença contra a discriminação. “ Nos últimos dez anos, liderou eventos de divulgação nas cínicas, escolas e outros locais públicos, participou de programas de rádio e televisão, pressionou o governo a tornar as campanhas nos meios de comunicação mas positivas. Há algumas semanas tive a oportunidade de vê-la em acção em Santo Egídio, uma clínica com mas de 3.000 pacientes com HIV/SIDA. Tal como faz em muitos dias do ano, nesse dia ela partilhou uma mensagem muito pessoal mais poderosa, com centenas de mulheres, homens e crianças na, mesma condição que a sua. Não pude deixar de ficar comovida a inspirar esperança nos outros, escutei a sua voz poderosa de sobrevivência e tenacidade.
Na cerimónia de premiação, Muhai serviu-se das mesmas palavras de inspiração e superação para proferir um discurso que comoveu a plateia. “ Eu não aprendi a SIDA numa associação ou nos livros. Aprendi na minha própria pele. A SIDA sou eu!”, disse e recordou quando foi acolhida pela Comunidade Sant’Egidio no programa DREAM que acabava de ser implementado em Moçambique, continuando por dizer: Tenho muita sorte. Tive a minha família que me ajudou e nunca me abandonou como fez o meu marido. Tive a Comunidade Sant’Egidio que me tratou e continua a tratar-me com os medicamentos, a ajuda e a força, e agora tenho os Estados Unidos que são uma superpotência!”
A embaixadora americana no acto da sua intervenção citou algumas frases da escritora americana Edith Wharton dizendo: “ existem duas maneiras de espelhar a luz se a vela ou o espelho que reflecte. É óbvio para mim que esta mulher é uma vela brilhante não apenas para os moçambicanos, mas para as pessoas, especialmente as mulheres em todo o mundo.”
DREAM, Drug Resources Enhancement against AIDS and Malnutrition”, é Comunidade Sant’Egidio para combater a SIDA na África subsaariana.
O projecto tem uma abordagem global, combinando a terapia anti- retroviral com o tratamento da malnutrição da tuberculose, da malária e das doenças sexualmente transmissíveis . Particular atenção foi dedicada á educação sanitária a todos os níveis. DREAM visa cumprir os próprios objectivos realizando os mais elevados padrões qualitativos para o tratamento e a cura do HIV.
DREAM deu primeiros passos em Moçambique em Março de 2002, depois de dois anos de trabalho preparatório.

 

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