HomeDREAMAgenzia Plusnews – Angola: Xaropes desagradáveis e comprimidos intragáveis
23
Mag
2006
23 - Mag - 2006



Luanda, 5/24/2006 (PLUSNEWS) – Se bem que já é um pouco mais fácil para um adulto seropositivo angolano aceder ao tratamento antiretroviral (ARV), para as crianças HIV+ é muito difícil. Apenas dez crianças dos 0 aos 14 anos de idade estão em tratamento ARV em Luanda, comparado com 516 jovens entre os 15 e 24 anos e 4.300 adultos de mais de 25 anos, segundo o relatório do UNGASS (sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre HIV/Sida). A Acção Humana, uma ONG dedicada a Sida, constatou que muitos filhos dos seus associados seropositivos têm morrido por falta de ARVs. "Falta a consciência nas pessoas que têm responsabilidade directa e indirecta na definição de políticas da terapia antiretroviral", disse Pombal Maria, secretário-geral da Acção Humana. Maria acrescentou que "para as crianças, a Sida é ainda uma sentença de morte". Este problema não é exclusivamente de Angola. O Unicef estima que, no mundo, o tratamento ARV está disponível para menos de cinco por cento das crianças seropositivas que precisam. Em seis mortes relacionadas com a Sida, uma é uma criança menor de 15 anos. Em 2005, morreram 570 mil crianças por causa da Sida, no mundo, das quais 480 mil em África. No mundo, apenas uma em cada dez mulheres grávidas tem acesso aos serviços de prevenção da transmissão vertical para evitar a passagem do vírus ao bebé. Sem tratamento, metade das crianças HIV+ morre antes de atingir dois anos, depois de meses de sofrimento nos hospitais. O enviado especial das Nações Unidas para a Sida em África, Stephen Lewis, disse, recentemente, numa conferência de parlamentares, em Nairobi: "Estas crianças carecem de tratamento, porque estão excluídas das políticas nacionais; são esquecidas pelo público, que vê a Sida como uma doença de adultos; e esquecidas pelos líderes, que focalizam os adultos no tocante a leis, políticas e orçamentos." Xaropes e comprimidos Graças à expansão do corte da transmissão vertical, nos países desenvolvidos já quase não nascem bebés seropositivos. O que, ironicamente, significa que há poucos incentivos económicos para as companhias farmacêuticas desenvolverem fórmulas pediátricas de ARVs. O mercado é pouco promissor, dado que a maioria de crianças seropositivas vive em países pobres. Não havendo pesquisa, as fórmulas pediátricas de ARVs são difíceis de determinar, administrar e armazenar. Os comprimidos são os mesmos que dos adultos e devem ser partidos segundo o peso da criança. Dos poucos ARVS para as crianças, os comprimidos são grandes e os xaropes, desagradáveis. A dose deve ser ajustada segundo o peso da criança, que pode mudar de mês a mês ou mesmo semanalmente. Xaropes e comprimidos não são adequados para crianças mais crescidas, porque precisam de doses maiores, mas não há cápsulas e comprimidos com doses baixas de ARVs. As formulações pediátricas existentes, assim como os ARVs de primeira e segunda linha para crianças são entre cinco e oito vezes mais caras que os de adultos. Para complicar mais as coisas, os métodos de diagnóstico de HIV em bebés menores de 18 meses são caros e complexos. Solução comunitária Perante tais problemas, as comunidades mobilizam-se para encontrar soluções. Em Moçamb

NEWSLETTER

Mantieniti in contatto con DREAM

* Campo obbligatorio