Notícias (Mozambico) – Tratamento do HIV/SIDA : Maputo terá clínica só para crianças
UMA clínica para tratamento exclusivo de crianças padecendo de HIV/SIDA, será, brevemente, aberta na cidade de Maputo, devendo atender crianças da capital e de outros pontos do país. A representante da Comunidade Sant’Egídio no país, Paola Germano, que revelou a informação, assim como o fundador daquela congregação italiana, o professor Andrea Riccardi, não precisaram a data da concretização da iniciativa, apenas asseguraram que “será em breve”.
Ambos falavam numa Conferência de Imprensa havida há dias na cidade de Maputo, organizada para dar a conhecer a passagem dos cinco anos do Programa DREAM, lançado por aquela comunidade com a finalidade de disponibilizar o tratamento anti-retroviral aos infectados pelo HIV/SIDA no país.
Embora possa contemplar menores provenientes de diferentes famílias, a unidade sanitária dará mais atenção aos petizes em situação de pobreza, segundo Paola Germano, que disse que “agora temos como grande desafio a abertura de uma clínica especial para crianças pobres”.
O Programa DREAM foi lançado em 2001, tendo sido a primeira via pela qual os seroposivos moçambicanos tiveram acesso aos medicamentos que retardam os efeitos do vírus causador do SIDA. De facto, só depois de a comunidade Sant’Egidio ter iniciado a distribuição de antiretrovirais é que as autoridades nacionais de Saúde começaram a alocação daqueles fármacos aos portadores de HIV.
Neste momento, 22 mil pessoas estão em TARV nos centros criados pelo programa DREAM, metade dos doentes que eram abrangidos por aquela terapia até finas do ano passado nas unidades públicas de Saúde, de acordo com dados divulgados pela Comunidade Sant’Egidio e pelo Ministério da Saúde.
A comunidade de Sant’Egídio avalia satisfatoriamente os cinco anos do programa DREAM, pelo facto de, do total das mulheres grávidas submetidas ao tratamento de Prevenção de Transmissão Vertical (PTV), que evita a passagem da doença de mãe para filho, em mais de 90 porcento dos casos as crianças terem nascido livres do vírus.
Números divulgados na ocasião indicam que 500 mil pessoas usufruíram, de algum modo, dos benefícios do programa, concretamente em educação sanitária, ajuda nutricional, distribuição de filtros de água, redes mosquiteiras, entre outros componentes.
No período, o programa assistiu quatro mil mulheres grávidas, tendo nascido, no mesmo período, três mil crianças sem HIV/SIDA de mães infectadas pela doença, segundo indicam dados oficiais.
As acções do programa DREAM abrangem Maputo, Gaza, Sofala, Quelimane e Nampula e fazem-se sentir em mais de cem comunidades, onde, neste momento, cerca de 950 gravidezes estão a ser seguidas pelo tratamento de PTV.