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Ministro da Saúde dá meia-volta
09
Ago
2009
09 - Ago - 2009



Encerramento dos Hospitais-Dia

– Reconhece existência de problemas e sem prometer recuo, promete melhorar

(Maputo) O Ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido, reconheceu, finalmente, esta segunda-feira, a existência de problemas no actual formato de serviços de atendimento a doentes seropositivos, resultantes da fraca capacidade das unidades sanitárias do serviço Nacional de Saúde. Trata-se de um problema que resulta do encerramento dos 23 Hospitais-Dia, unidades de referência, que, por decisão de Ivo Garrido, passaram a integrar nos serviços gerais dos hospitais nacionais, e que desde a primeira hora foi alvo de contestação das diversas organizações da sociedade civil, em particular, as que lutam em defesa dos direitos das Pessoas Vivendo com o HIV /SIDA. O reconhecimento de Garrido foi forçado por um amplo movimento de contestação, que levou milhares de cidadãos a manifestarem-se nas cidades de Maputo, Beira e Quelimane.. Em Maputo a marcha terminou junto ao Ministério da Saúde, onde foi entregue uma carta-apelo ao ministro da Saúde. O ministro abandonou o seu gabinete do 8º. Andar do ministério dialogando com os manifestantes na rua. Os manifestantes fizeram distribuir um documento contendo vários testemunhos de seropositivos para quem a vida se tornou mais difícil depois de se terem encerrado os “hospitais de dia”. Garrido realçou que a intenção do governo é de cuidar dos doentes e não de os prejudicar, socorrendo-se pelos números para justificar os problemas existentes. Segundo Garrido, em 2005 havia seis mil doentes de SIDA recebendo tratamento em 12 diferentes locais espalhados pelo país, pelo que num processo de passagem de seis mil doentes para mais de 140 mil (actuais) é normal que haja problemas. O ministro prometeu, no entanto, continuar a trabalhar de modo a cuidar de doentes e encontrar uma solução para as preocupações levantadas pelos activistas. Os “hospitais de dia” eram apoiados habitualmente por organizações internacionais com mais meios para atender doentes seropositivos. O ministério defende que o encerramento visa acabar com a discriminação mas fontes do sector consideram que a medida insere-se na política personalizada do ministro em diminuir a todo o custo o protagonismo de instituições internacionais no sector da saúde. Ironicamente, uma parte substancial do orçamento do ministério é apoiado por fundos externos.
(Daniel Paulo/Redacção)

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