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Moçambique: Falta de acesso a tratamento leva a estigmatização dos seropositivos, diz Comunidade Santo Egídio
06
Nov
2010
06 - Nov - 2010



Maputo, 05 nov (Lusa) – O secretário executivo do Programa Dream, um projeto sobre HIV/SIDA da Comunidade de Santo Egídio, defendeu hoje o acesso aos antirretrovirais, considerando a falta de cuidados médicos um dos fatores do estigma dos doentes em Moçambique.
Flávio Ismael defendeu a necessidade de se criarem mais estruturas de atendimento dos doentes de SIDA em Moçambique, em declarações à Lusa à margem do XVII Curso de Formação Panafricano contra o HIV/SIDA e Malnutrição, que decorre em Maputo.
Segundo Flávio Ismael, em Moçambique, a rede dos cuidados sanitários do HIV/SIDA cobre entre 30 e 35 por cento dos cerca de 500 mil doentes que precisam de medicamentos, uma carência que contribui para expor os necessitados a uma situação de estigma.
“O estigma está associado à falta de tratamento, porque, sem o tratamento, vem o enfraquecimento do doente, a incapacidade para o trabalho, para a escola e para o convívio normal e consequentemente o auto-isolamento e o isolamento”, explicou o secretário executivo do Programa Dream.
Mas não basta sensibilizar o doente a aceitar começar o tratamento, porque, segundo Flávio Ismael, sem garantir assistência nutricional, há o risco de desistência da terapia e da recaída, que pode ser fatal.
“A eficácia do tratamento depende da assistência nutricional. África não é o Ocidente, onde o paciente tem condições para se alimentar. Aqui, o doente normalmente também está em situação de carência alimentar”, frisou.
É por isso que o Programa Dream aposta “numa abordagem holística, assente numa assistência multivalente, que funciona com a terapia combinada com o apoio alimentar”, referiu ainda Flávio Ismael.
Segundo a mesma fonte, o modelo aplicado pelo Programa Dream beneficia hoje cerca de 25 mil doentes, que recebem da organização antirretrovirais, assistência alimentar e informação sobre a doença.
“Saudamos por isso o facto de o Governo ter decidido introduzir a cesta básica para os doentes integrados no programa de cuidados médicos do Serviço Nacional de Saúde”, enfatizou Flávio Ismael.

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