HomeDREAMSavana (Mozambico) – Moçambicana galardoada
11
Feb
2007
11 - Feb - 2007



Por S. Muchanga e F.Gumende

Uma moçambicana formada em Medicina classificou-se recentemente em Val de Aosta, na Itália, em segundo lugar no prémio de melhor mulher do ano 2006. Noorjehan Magid foi reconhecida pelo seu empenho em actividades sociais destinadas a melhorar a vida das pessoas infectadas pelo HIV/SIDA em Moçambique.

Chama-se Noorjehan Abdul Magid, tem 35 anos de idade, e foi uma das primeiras médicas moçambicanas a administrar o tratamento antiretroviral a pessoas que vivem com HIV/SIDA no país. Presentemente a fazer o Doutoramento em Doenças Infecciosas, em Roma, Magid ganhou como prémio uma Targa e um valor monentário, numa cerimónia que teve lugar a 1 de Dezembro do ano findo, em Itália. Participaram no concurso cerca de 25 mulheres de todos os continentes. Destas apenas três foram seleccionadas para o prémio, sendo uma moçambicana, uma russa e uma argentina. Coube à argentina o primeiro prémio enquanto a moçambicana ficou na segunda posição.
Magid contou-nos que ficou surpresa quando recebeu a informação de que era uma das mulheres seleccionadas para o prémio. Para ela, o importante não foi o prémio mas sim o reconhecimento dos trabalhos que faz em prol das pessoas que vivem com HIV/SIDA. Em 1998, depois de concluir o curso, Noorjehan esperava trabalhar como pediatra, mas quando em 2001 foi transferida para o Hospital Geral da Machava – onde entre 2003 e 2006 trabalhou como directora clínica – sentiu necessidade de trabalhar com pessoas que padecem de doenças infecciosas. “Trabalhar nesta área não é fácil. Quando acabei o curso gostava muito de pediatria e quis ser médica pediatra porque as crianças sempre foram o meu “ponto fraco”. Mas depois de trabalhar dois anos em dois centros de saúde diferentes e depois num hospital junto de tuberculosos, tendo por isso também muito contacto com doentes de SIDA, mudei de ideia. Nessa altura a Comunidade de Santo Egídio ofereceu-se para passar a fazer o tratamento anti-retroviral no país, acabando eu por ser a primeira médica a começar o tratamento com eles. Foi um desafio para nós porque não tínhamos experiência em tratamento antiretroviral. Um ano depois mudei de ideia: já não queria especializar-me em pediatria. Comecei a ver que havia muitas crianças seropositivas e depois interessei-me pelo ramo das doenças infecciosas como a tuberculose ou a SIDA, tanto que agora estou a fazer o doutoramento em doenças infecciosas”.

Mais de 3 mil pessoas em tratamento antiretroviral

Actualmente, Noorjehan trabalha no Hospital Dia da Machava no projecto Dream da Comunidade de Santo Egídio. Com a ajuda de outra médica e duas enfermeiras assiste mais de 3 mil pessoas que vivem com o vírus do SIDA, incluindo crianças e doentes da cadeia de Máxima Segurança – B.O, Central e Feminina de Ndlavela. Falando de sua experiência desde que começou a trabalhar naquele projecto em 2001, Magid disse que o trabalho naquele hospital é, desde o início, intenso, já que o Hospital dia da Machava foi o primeiro a começar com a terapia antiretroviral. “No início era difícil porque não tínhamos ninguém no país que poderia servir de exemplo para convencer as pessoas a optarem pelo tratamento. Eram as nossas palavras que tinham que convencer as pessoas, mas como as pessoas estavam de facto doent

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