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16
Mar
2008
16 - Mar - 2008



MAPUTO, 26 Fevereiro 2008 (PlusNews)

Depois de descobrir que era seropositiva, o momento mais difícil da vida da moçambicana Elvira Howana, 43 anos, foi começar o tratamento antiretroviral.
Ela tinha razões de sobra para ter medo. Seu marido, seropositivo, faleceu seis meses depois de começar a tomar os antiretrovirais (ARV). Ela mesma já tinha ouvido boatos de que os ARVs podiam matar.
Relutante, ela começou o tratamento. Hoje, quatro anos depois, Howana está saudável e cumpre fielmente as recomendações médicas.
Porém, nem todos os seropositivos seguem o tratamento à risca.
Mesmo com a chegada dos antiretrovirais em Moçambique em 2003, muitos pacientes ainda resistem em iniciar o tratamento. Outros simplesmente abandonam a terapia por não suportarem os efeitos colaterais.
“Nos primeiros 15 dias sofri de dores no estômago, tonturas e borbulhas na pele”, lembra Howana. “Mas depois passou.”
Seu actual marido, Samuel Sitóe, que conheceu na clínica onde recebe os ARVs, diz que já perdeu muitos amigos que interromperam o tratamento. Seropositivo, ele toma ARVs há cinco anos e porque desenvolveu resistência à medicação de primeira linha, já está na segunda linha de tratamento.
“Algumas pessoas vieram me pedir ajuda e levei-os para o hospital, mas porque abandonaram o tratamento e conselhos dos médicos, morreram depois de pouco tempo”, lamentou.

Efeitos de diferentes graus 

Massimo Magnano, médico do programa DREAM da Comunidade Sant’Egidio, organização não-governamental (ONG) italiana voltada para a SIDA, os ARVs podem produzir efeitos colaterais como qualquer outro medicamento potente.
Os efeitos mais frequentes são vómitos, náuseas, febres, anemia e problemas neurológicos.
“Nestes casos o médico simplesmente muda a medicação, mas não a interrompe”, disse.
Já em casos de efeitos colaterais graves, que são raros, o paciente pode sofrer de, entre outros, hepatite aguda, problemas renais e alergia generalizada.

“Nesta situação suspendemos o tratamento e reavaliamos o quadro”, explicou.
O DREAM fornece ARVs a mais de 12 mil seropositivos em Moçambique. Para evitar interrupções no tratamento, o programa faz uma abordagem personalizada entre o paciente e o médico, além de promover palestras e trabalhos de sensibilização.
O activista Sousa Chilaúle, fundador da ONG Xirilu Xa Kudumba (Pranto de Esperança, em Xi-Changana), lembra que passou por maus bocados no início do tratamento.
“Tive prisão dos músculos, desarticulação e cansaço, mas eram efeitos colaterais passageiros da dosagem”, contou.

Lentamente seu corpo começou a reagir. Dos 45 quilos iniciais, Chilaúle pulou para 75.

“O tratamento deixou-me com esperanças”, disse ele, que está no quinto ano sem interromper a medicação. 

Realmente eficazes 

Moçambique tem uma seroprevalência nacional de 16 por cento numa população de quase 20 milhões. Cerca de 75 mil estão em tratamento antiretroviral, segundo as últimas estatísticas do Minist&e

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