Com apoio de organizações, o Movimento de Acesso ao Tratamento de Antiretrovirais em Moçambique (MATRAM), a Comunidade Sant’Egidio e várias associações de pessoas vivendo com HIV e Sida entregaram, sexta-feira, à. direcção provincial de Saúde de Cabo Delgado un documento com relatos de mau atendimento de pacientes no hospital provincial de Pemba.
De acordo com a Agência de Noticias Sida, um dos pacientes denuncia que o pessoal de saude divulgou o seu estado serológi¬co para outros doentes daquela unidade. Outro paciente contou que jà não recebe serviços de aconselhamento, o que o moti¬vava na adesão tratamento;. por outro Iado, criticou o facto de chegar numa consulta e não ser atendido porque os trabalhadores de saúde não encontraram o seu processo clínico. A activista Ana Multai, do programa DREAM, da Comunidade Sant’Egídio, acredita que todos os problemas são decorrências directas do encerramento dos hospitais dia. "Estã a ser dolorosa esta atitude do Governo. Conheço muitos seropositivos que chegaram a ficar um mês sem tomar antiretrovirais" desde que os hospitais dia encerraram.

Criados em 2003, com o intuito de proporcionar um atendimento especializado aos seropositivos, os hospitais dia não faziam internações, apenas atendimentos de rotina, quase sempre relacionados ao inicio on à manutenção do tratamen¬to contra a Sida. Entretanto, por um decreto do ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido, os hospitais dia foram encerrados recentemente, com o propósito de descentralizar o tratamento antiretroviral. A ideia, segundo o chefe da pasta da Saúde, ê que o tratamento seja feito nos hos¬pitais gerais, de modo a garantir um atendimento uniforme e mais abrangente.